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Foto do escritorFelipe Garofallo

Fibrossarcoma em cães: Como lidar com essa situação?

Sarcoma de tecidos moles, tumor de fibroblastos


Definição O fibrossarcoma é um tumor maligno que se desenvolve a partir do crescimento excessivo descontrolado de células chamadas de fibroblastos. Os fibroblastos são as células mais comuns do tecido conjuntivo do corpo (o tecido que conecta, sustenta e liga ou separa tecidos e órgãos). Os fibrossarcomas ocorrem com mais frequência no tecido conjuntivo da pele e sob a pele. Um fibrossarcoma é um sarcoma de tecidos moles, mais comumente encontrados nos membros, geralmente nas extremidades, e no tronco do corpo. Podem aparecer inclusive na cavidade nasal ou na boca, às vezes invadindo os ossos da mandíbula.


Em casos raros, os fibrossarcomas se originam nos ossos da mandíbula ou nos membros, causando uma forma primária de câncer ósseo.


Os fibrossarcomas geralmente têm crescimento lento, exceto os de membros, onde crescem muito rapidamente. Os fibrossarcomas são tumores comuns em cães.


Etiologia (causa) A razão pela qual um cão em particular pode desenvolver qualquer tumor ou câncer, não é simples. Muito poucos tumores e cânceres têm uma única causa conhecida. A maioria parece ser causada por uma combinação complexa de fatores de risco, alguns ambientais e outros genéticos ou hereditários. No caso dos fibrossarcomas, embora nenhum fator de risco ou causa específica tenha sido identificada, os sarcomas em geral (tumores do tecido conjuntivo) têm sido associados a radiação, trauma, corpos estranhos e implantes ortopédicos. Os sarcomas têm sido associados a locais de injeção em gatos (por exemplo, fibrossarcomas felinos pós-vacinais, mas há evidências crescentes de que os tumores também podem estar associados a locais de injeção em cães. Certas raças de cães, especialmente raças grandes, correm maior risco de desenvolver fibrossarcoma, estes incluem o Golden Retriever e os pinschers. O fibrossarcoma é mais comum em cães de meia-idade ou idosos, sendo a idade média de ocorrência de 10 anos. Ocasionalmente, cães com menos de 1 ano de idade desenvolverão fibrossarcoma. Nesses casos, o câncer tende a ser uma forma agressiva de fibrossarcoma com mau prognóstico. Os fibrossarcomas da cavidade nasal e da boca são mais comuns em cães machos. Sinais clínicos (sintomas) Os sinais de fibrossarcoma variam dependendo da localização, tamanho e extensão do tumor, os fibrossarcomas geralmente aparecem como uma protuberância firme, às vezes nodular, sobre ou sob a pele, que às vezes pode ulcerar, sangrar e infeccionar. Quando há mais de um, eles geralmente estão na mesma área. Seja único ou múltiplo, pode haver inchaço da área afetada e dor.


A dor pode fazer com que o cão se torne menos sociável, recuse a ser tocado ou perca o apetite.

Caso o fibrossarcoma seja em membro, pode haver claudicação, dificuldade para se levantar ou deitar ou incapacidade de andar. Quando o tumor está no osso, podem ocorrer fraturas, mesmo que não tenha havido um trauma físico. Caso a cavidade nasal seja afetada, poderá existir secreção de muco do nariz (ou olhos, com lacrimejamento excessivo), sangramento nasal, espirros, roncos e sons de fungadas e patadas no focinho. Da mesma forma, se a boca for afetada, pode existir dificuldade para pegar os alimentos ou comer ou engolir, relutância em comer, salivação excessiva e sangramento pela boca. Com tumores nasais e orais, pode haver halitose (mau hálito), dentes soltos e deformidade facial (especialmente ao redor do focinho). Diagnóstico Esse câncer é detectado pela primeira vez durante o exame físico. Caso o seu veterinário suspeite que a massa pode envolver o osso, radiografias e/ou uma tomografia computadorizada podem ser recomendados. Apesar da aparência do tumor, os sinais clínicos e os exames de imagem diagnóstica que podem ser sugestivos de fibrossarcoma, para garantir um diagnóstico preciso, o exame microscópico das células tumorais é necessário. Existem diferentes métodos para coletar uma amostra de células tumorais. Os dois métodos mais comuns são citologia aspirativa e a biópsia do tecido.

A citologia aspirativa consiste em pegar uma pequena agulha com uma seringa e aspirar uma amostra de células diretamente do tumor e colocá-las em uma lâmina de microscópio. Em seguida, um veterinário patologista examina a lâmina sob um microscópio. Esse tipo de método geralmente não é o método mais útil para o diagnóstico de fibrossarcomas (em comparação com outros tipos de tumores), pois as células aderem umas às outras dificultando a obtenção de uma amostra. Uma biópsia de tecido é preferida. A biópsia de tecido é a excisão cirúrgica de um ou mais partes do tumor, que serão então examinadas por um patologista veterinário ao microscópio, é a chamado exame histopatológico. A biópsia com histopatologia não é apenas útil para fazer um diagnóstico, mas pode indicar como o tumor provavelmente se comportará. Os fibrossarcomas são geralmente classificados como de “alto” ou “baixo” grau. A nota pode ajudar a determinar vários problemas, como a probabilidade de recorrência do fibrossarcoma no futuro. Prognóstico Sem tratamento, os fibrossarcomas continuarão a crescer; geralmente muito lentamente. Frequentemente, eles ficam ulcerados e, se isso acontecer, estão sujeitos a infecções. Os fibrossarcomas tendem a ser invasivos localmente, estendendo-se para os tecidos ou ossos circundantes. Se invadirem o osso (ou se originarem dentro do osso), destruirão o tecido ósseo, enfraquecendo os ossos, o que leva ao risco de fratura. Normalmente, apenas os tumores que começam nos ossos dos membros crescem rapidamente. Cerca de 10% dos fibrossarcomas em cães fazem metástase (disseminam-se) para outras partes do corpo, incluindo os gânglios linfáticos próximos e os pulmões. O estadiamento (em busca de possível disseminação para outros locais do corpo) é altamente recomendado se houver suspeita de disseminação. Isso pode incluir hemograma, urinálise, radiografia dos pulmões e, possivelmente, um ultrassom abdominal. Se algum linfonodo estiver aumentado ou parecido com anormal, mais amostras podem ser realizadas para determinar se a disseminação está presente. Tratamento A cirurgia é o tratamento de escolha para os fibrossarcomas. Embora a remoção cirúrgica seja recomendada, é importante ter em mente que a remoção completa geralmente não é possível, muitas vezes devido à localização do tumor e também à sua natureza invasiva. Margens cirúrgicas amplas e profundas são necessárias e, mesmo assim, a recorrência ainda é a regra. Para tumores da cavidade nasal ou boca, a cirurgia pode envolver a remoção de parte do osso da mandíbula. Para tumores nos membros, especialmente se forem grandes ou envolvendo o osso, a amputação pode ser a melhor (ou única) abordagem. A recorrência do tumor é menos provável com a amputação. Após a cirurgia, os tecidos são encaminhados para histopatologia, para predizer, da melhor forma possível, a probabilidade de recorrência local ou metástase. Se todo o tumor for submetido a exame, o patologista poderá avaliar se o tumor foi completamente removido ou se terapias adicionais (uma segunda cirurgia, radioterapia ou quimioterapia) são indicados. O tratamento com radiação, sozinho ou em adição à cirurgia, pode ser benéfico. Se a radiação for recomendada, a duração do tratamento será individualizada com base nas necessidades específicas do seu cão. O mesmo vale para a quimioterapia. Embora a quimioterapia seja geralmente menos eficaz com fibrossarcomas, ela tem sido usada em combinação com cirurgia e radiação, e é recomendada nos casos em que a cirurgia não é uma opção. Os fibrossarcomas são bastante comuns, mas com tratamento adequado e imediato, resultados favoráveis ​​são possíveis, mesmo que o tratamento não seja curativo. Como os fibrossarcomas tendem a reaparecer, geralmente na mesma área, é importante monitorar seus sinais de recorrência. Embora esse tumor seja maligno, ao contrário de muitos outros cânceres, é incomum sua metástase.


Referências bibliográficas


Magalhães, Geórgia & Santilli, Juliana & Calazans, Sabryna & Nishimura, Lilian & Cerejo, Sofia & Gosuen, Fernanda. (2015). Primary fibrosarcoma im small intestine of dog - Case report. Revista Brasileira de Medicina Veterinaria. 37. 145-148.


Ribeiro, Fernanda & Assef, Maria & Círio, Silvana. (2017). HISTOPATHOLOGIC STUDY OF CUTANEOUS FIBROSARCOMA IN DOGS (Canis familiares, Linnaeus, 1758) WITH DIFFERENT STAINING TECHNIQUES. Revista Acadêmica: Ciência Animal. 7. 341. 10.7213/cienciaanimal.v7i3.10017.


Subramanian, Subapriya & Vairamuthu, S. & Pazhanivel, N. & George, Ravi & Vijayarani, K. & Gokulakrishnan, M.Gokulakrishnan. (2018). Histopathological and Immunohistochemical Diagnosis of Canine Fibrosarcoma. International Journal of Current Microbiology and Applied Sciences. 7. 1376-1379. 10.20546/ijcmas.2018.706.162.


Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta pelo whatsapp (11)91152-4321 ou (11)91258-5102.


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