Cirurgia para cães com insuficiência ou ruptura do ligamento cruzado cranial.
Antes de começarmos nosso texto, você pode aprender um pouco mais sobre a ruptura do ligamento cruzado cranial clicando aqui.
Definição
Na cirurgia de TTA é realizado um corte na crista da tíbia, com o objetivo de alterar o ângulo das forças que percorrem os músculos do quadríceps (grande grupo de músculos que constitui os músculos da coxa).
O alinhamento do tendão patelar após a osteotomia e nova fixação elimina a necessidade do ligamento cruzado cranial e resulta em uma articulação estável.
Planejamento
Para realizar uma TTA, é preciso calcular o avanço que será necessário da inserção do ligamento patelar na tuberosidade tibial.
Para isso, uma radiografia do joelho em extensão deverá ser realizada.
Técnica cirúrgica
TTA
Ao realizar uma osteotomia (corte ósseo), a tuberosidade da tíbia é avançada e mantida em posição por um cage que transfere o componente de compressão da força do ligamento patelar da tuberosidade para a tíbia proximal.
Nesse processo, uma placa também é adicionada para transferir a força do ligamento patelar para a diáfise proximal da tíbia.
A osteotomia aberta, distal ao cage, é enxertada com osso esponjoso autólogo ou outro material de enxerto, como aloenxerto ou hidroxiapatita (HA) para acelerar a cicatrização.
Existem modificações da TTA, como a TTA-2 e a TTA Rapid, confira nos vídeos abaixo:
TTA - 2
TTA Rapid
Cuidados pós-operatórios
O repouso rigoroso é essencial após a cirurgia de TTA para permitir a cicatrização adequada da osteotomia da tíbia.
Após o primeiro mês de repouso rigoroso, a atividade controlada pode ser introduzida gradualmente após três meses da cirurgia.
A fisioterapia é recomendada para melhorar a velocidade de cicatrização no pós-operatório.
Nas semanas seguintes à cirurgia, radiografias são feitas para avaliar a cicatrização da tíbia e o acompanhamento.
Complicações
As complicações pós-operatórias após a cirurgia de avanço da tuberosidade tibial são semelhantes às da cirurgia de osteotomia de nivelamento do platô tibial (TPLO), e incluem infecção, fraturas por avulsão da tuberosidade da tíbia, falha do implante e não união óssea.
Embora essas complicações sejam possíveis e descritas, as taxas de complicação são baixas. A maioria das complicações menores são facilmente tratadas ou resolvidas por si mesmas, e as complicações maiores que requerem cirurgia adicional são raras e geralmente aparecem após confinamento inadequado ou trauma.
Referência bibliográfica
Arican, Mustafa & Parlak, Kurtuluş & Şahin, Hüseyin. (2017). Evaluation and application of the TTA-rapid method in dogs with cranial cruciate ligament rupture. Acta veterinaria. 67. 238-253. 10.1515/acve-2017-0020.
Sobre o autor
Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta pelo whatsapp (11)91152-4321 ou (11)91258-5102.